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Rádio do Anexo Secreto

      O rádio, principal meio de comunicação mundial nos anos de 1940, era de suma importância para todos os escondidos que não sabiam o que estava se passando do lado de fora.
      O aparelho da família os levava informações preciosas, como comunicados de guerra para que acompanhassem os acontecimentos do lado de fora, além das informações boca a boca que a população comentava.
       No cronograma familiar, só poderiam ser usadas frequências dos aliados para a obtenção de informações, com uma breve exceção para escutar música clássica nas estações alemães, apenas podendo ser usado depois das seis da tarde.
       Um dos grandes acontecimentos noticiados no aparelho da família foi a declaração do ministro holandês Bolkestein, o qual comentou que após a guerra fariam uma coletânea de diários e cartas que falassem sobre aquele momento, em imediato, Anne imaginou a possibilidade de publicar um romance sobre o Anexo secreto, mas que originou a história de sua vida para o mundo.
       Por fim, o rádio teve papel primordial para os integrantes do anexo pois era a principal ponte entre eles e o que acontecia no mundo.

       Agora vou deixar um relato interessante de Anne sobre um anúncio feito do radio:

        "Bolkenstein, um membro do Parlamento, falava em um programa holandês transmitido de Londres e dizia que, depois da guerra, deveriam ser feitas coleções de cartas e diários. É claro que todos, no mesmo instante, pensaram em meu diário. Imagine que interessante seria se fosse publicado o romance do Anexo Secreto. por si só, lembra histórias de detetives.
          Mas, falando sério, até que seria engraçado se, dez anos depois da guerra terminada, nós, judeus, contássemos nossa vida aqui, o que comíamos e sobre o que falávamos. Embora eu lhe conte muita coisa, você ainda sabe muito pouco sobre nossas vidas.
          Como as senhoras ficam apavoradas durante os bombardeios! No domingo passado, por exemplo, quando trezentos e cinqüenta aviões ingleses deixaram cair cerca de meio milhão de quilos de bombas em Ijmuiden, as casas tremeram como folhas ao vento, e quem sabe quantas epidemias grassam agora por lá. Você nada sabe a respeito disso, e eu teria que escrever o dia todo se quisesse contar tudo com detalhes. As pessoas têm que fazer filas para comprar verduras e tudo o mais; os médicos não podem mais visitar os doentes, pois, mal saem de seus carros, estes são roubados no mesmo momento; os assaltos e roubos são tão numerosos que a gente fica a pensar sobre o que terá acontecido aos holandeses para, de um momento a outro, se transformarem em ladrões. Crianças pequenas, de oito a onze anos, quebram as janelas das casas, entram e roubam tudo o que está a seu alcance. Ninguém ousa deixar a casa desocupada por cinco minutos, pois se arrisca a encontrá-la vazia, na volta. Todos os dias aparecem anúncios nos jornais oferecendo recompensas pela devolução de máquinas de escrever, tapetes persas, relógios elétricos, tecidos, etc, etc. Arrebentam os relógios elétricos das ruas, despedaçam os telefones públicos até que nada reste. O moral da população não pode estar alto, uma vez que as rações semanais não chegam a durar dois dias, a não ser o sucedâneo do café. A invasão tarda a ocorrer, e os homens têm que ir para a Alemanha. As crianças estão doentes e mal nutridas, todas usam roupas e sapatos velhos. Uma sola nova custa sete florins e meio no mercado negro; além do mais, sapateiro algum aceita conserto e, quando aceita, o freguês tem de esperar por muitos meses, durante os quais o sapato geralmente desaparece.
        Há uma coisa boa no meio de tudo isso: é que à medida em que a comida piora e que as represálias contra o povo se tornam mais severas, mais aumenta a sabotagem contra as autoridades. O pessoal dos departamentos de alimentação, a polícia, os funcionários públicos, se não colaboram com seus concidadãos e os auxiliam, são delatores e responsáveis por suas prisões.
        Felizmente, só uma percentagem mínima de holandeses está do lado errado."

Espero que tenham gostado.

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